To Be Continued...

A revista Time considerou o LHC o acontecimento cientifico do ano apesar deste só ter funcionado durante aproximadamente 2 semanas. O primeiro feixe percorreu os 27 km do acelerador de partículas no dia 10 de Setembro. Durante a semana da inauguração do LHC o CERN foi presença habitual nos meios de comunicação generalistas.

Infelizmente, na manhã de 19 de Setembro uma fuga de hélio líquido conduziu à interrupção forçada desta experiência. O hélio líquido serve para arrefecer os ímanes a uma temperatura próxima do zero absoluto. A essa temperatura certos materiais conduzem corrente eléctrica sem resistência. Quando isso acontece produzem-se campos magnéticos muito intensos.

Quando o LHC estiver a funcionar os ímanes supercondutores utilizados neste acelerador de partículas vão gerar campos magnéticos poderosos, atingindo os 7 tesla. O campo magnético da Terra é da ordem dos microtesla. São estes campos magnéticos intensos que permitem curvar os protões do feixe, enquanto que os campos eléctricos permitem acelerar os protões do feixe.

Com as Mãos nas Partículas

A 5ª edição do Masterclass “Com as Mãos nas Partículas” vai decorrer no próximo dia 21 de Março. As escolas da região de Lisboa podem escolher entre dois locais para participar nesta actividade. A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa ou o Instituto Superior Técnico. Aproveitem esta oportunidade para conhecer as partículas elementares e o modo como estas interagem.

Os dados com que vão trabalhar foram recolhidos em 1998, no detector DELPHI , do acelerador de partículas que antecedeu o LHC. Esse acelerador de partículas, conhecido como LEP, o acrónimo de Large Electron Positron Collider (Grande Colisionador Electrão-Positrão), esteve em funcionamento entre 1989 e 2000.

Início da viagem...

A nossa viagem irá levar-nos do infinitamente pequeno ao infinitamente grande. Os actores são sempre os mesmos, organizados em estruturas cada vez mais complexas. Designamos esses actores por partículas elementares. São estas que interagem entre si através de interacções fundamentais.

Quantas partículas elementares existem? O que as diferencia? Quantas interacções fundamentais há? Antes de responder a estas questões lembro apenas que o electrão foi a primeira partícula elementar a ser descoberta. O físico inglês Joseph J. Thomson descobriu-o em 1897. No próximo ano, o novo acelerador de partículas - LHC (Large Hadron Collider) - poderá descobrir novas partículas. Entre estes dois acontecimentos muitas teorias foram validadas ou rejeitadas, muitas experiências permitiram descobrir novas partítulas e confirmar a existência de outras.

Um dos objectivos deste blogue é precisamente contar algumas destas histórias. Outra das metas é descrever como funciona o acelerador que, espera-se, permitirá obter mais informação sobre a constituição elementar da matéria. Por último, pretende-se dar a conhecer o Modelo Padrão das partículas elementares e das interacções fundamentais. Este modelo constitui a súmula do conhecimento adquirido na física de partículas do século passado. Este modelo tem algumas limitações e o novo acelerador de partículas pode ajudar a suplantá-las. Há várias teorias que disputam um lugar ao Sol. Qual delas sairá vitoriosa?